Um jantar científico no salão de eventos do restaurante Barbacoa, realizado no dia 10 de fevereiro, reuniu urologistas e cirurgiões para conhecer as funcionalidades do dispositivo Victo (Esfíncter uretral artificial ajustável), da Promedon, quando utilizados em pacientes masculinos portadores de incontinência urinária. No dia seguinte, (11), a equipe de urologia do Mater Dei Salvador realizou a primeira cirurgia do Norte-Nordeste com o aparelho.
Durante o jantar, o professor Adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e responsável pela disciplina de Urologia desta instituição, Luís Gustavo Morato de Toledo (SP), informou que cerca de 40 a 60% dos homens que passam por cirurgia para retirada da próstata apresentam algum grau de incontinência. “Esse é o efeito da cirurgia que mais preocupa o paciente porque é o que mais afeta a vida social dele”, afirma o urologista, que é proctor da Promedon e também chefe do serviço de urologia da Santa Casa de São Paulo e integrante do comitê científico da Associação Brasileira pela Continência B.C. Stuart.
Segundo o especialista, que também realizou uma exposição de casos clínicos, quando a incontinência é persistente, mas é leve ou moderada, indica-se a colocação de slings na parte inferior da uretra, “entretanto nos casos mais graves, é indicada a cirurgia para colocação de um esfíncter artificial, o que melhora a situação dos pacientes em 85%”, observou. A opinião também foi compartilhada pelo cirurgião Rodrigo Brasileiro (PE), do Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, que acrescentou: “Noventa por cento dos casos de incontinência em pacientes com câncer de próstata ocorrem por causa de lesão no esfíncter durante a cirurgia. Os pacientes que apresentam incontinência têm reversão do quadro em alguns meses. Depois de um ano, se o problema persistir, é indicado tratamento cirúrgico. Quanto mais cedo for diagnosticado o câncer de próstata, maiores são as chances de cura sem efeitos colaterais tão impactantes”, explicou o urologista.
Cirurgia
No dia seguinte ao jantar científico, o urologista Pedro Gouveia realizou o procedimento cirúrgico de utilização do Victo em um paciente portador de incontinência urinária há mais de cinco anos e com a qualidade de vida afetada devido à patologia. Segundo o cirurgião “o resultado foi excelente e devolverá ao paciente o controle urinário, corrigindo a perda, e consequentemente proporcionando uma melhora em sua qualidade de vida”. Os especialistas Luís Gustavo Toledo e Rodrigo Brasileiro também participaram da cirurgia.
Victo – o dispositivo
VICTO é um esfíncter urinário artificial ajustável e tem como objetivo restaurar o processo natural de controle urinário, simulando a função normal do esfíncter por meio da abertura e fechamento da uretra sob a vontade do paciente. É indicado para o tratamento da incontinência urinária de esforço masculina por deficiência esfincteriana intrínseca (DSI) em casos como a incontinência pós-prostatectomia.
Este esfíncter urinário artificial pré-conectado é composto por uma bomba de controle, um balão regulador de pressão (PRB) e um manguito uretral. VICTO foi desenvolvido para restaurar a continência urinária mantendo a uretra fechada por meio do manguito que exerce pressão ao redor da uretra, que é regulada pelo PRB.
Ao pressionar a bomba de controle colocada dentro do escroto, o manguito desinfla, abrindo assim a uretra para permitir a micção. A uretra é então ocluída automaticamente após alguns minutos.
O dispositivo permite ajustes de pressão no pós-operatório, através da porta de titânio autovedante na bomba, em regime ambulatorial e minimamente invasivo. O VICTO pode ser ajustado para a pressão de base mais baixa necessária para restaurar a continência. Disponível em diferentes tamanhos de manguito, para atender a toda a gama necessária para diferentes tamanhos de uretra de cada paciente.