“Pacientes em estado grave com Covid-19 receberam oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) e a maioria teve resposta positiva ao tratamento”. Este resultado foi divulgado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O projeto é voltado ao atendimento de pacientes com insuficiência cardíaca,
mas devido à pandemia do novo coronavírus, teve seus esforços dirigidos também para pessoas acometidas pela doença.
ECMO significa oxigenação por membrana extracorpórea e funciona como um coração artificial e um pulmão artificial para o paciente, usando um
circuito de tubos, bomba, oxigenador e aquecedor que fica instalado fora do corpo do paciente.
Trata-se de uma tecnologia sofisticada que salva vidas porque imita a função natural do coração e dos pulmões, permitindo que o paciente poupe esses órgãos enquanto a cura acontece. Pode ser utilizada em pós-operatório de cirurgia cardíaca, doenças pulmonares graves, quadros de insuficiência cardíaca, trauma ou infecção grave, entre outros usos.
O cirurgião cardiovascular especialista em ECMO pela Extracorporeal Life Support Organization (ELSO), Marco Guedes (BA) alerta que “a ECMO deve
ser utilizada somente depois que todos os recursos terapêuticos foram utilizados de forma plena, e mesmo assim o paciente não apresentou uma
resposta satisfatória”, informou.
O cirurgião esclarece ainda, que os pacientes graves acometidos pela Covid-19 muitas vezes necessitam de suporte para a oxigenação dos tecidos, e sendo assim, a utilização do ECMO evita o agravamento da condição de baixa oxigenação do corpo, diante do suporte temporário que oferece
ao paciente. O especialista ressalta ainda “que nos últimos anos, o uso da ECMO tem aumentado gradativamente no tratamento da miocardite grave”,
pontuou.
Para Rayone Akaore Cardoso Lima, perfusionista da Medicicor e membro da Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea (especialista em coração e pulmão artificial), “a ECMO ainda é uma terapia pouco conhecida e difundida. Sou especialista há 20 anos e continuamos a propagar essa técnica que pode salvar vidas quando paciente está muito grave”, informou.
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