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Tecnologia e neurociência em foco: Medicicor promove jantar científico sobre avanços da DBS e o uso da inteligência artificial

A Medicicor reuniu neurologistas e neurocirurgiões na noite do dia 29 de julho para um encontro especial em Salvador. O jantar científico “Avanços da Tecnologia de DBS e o Futuro da Neurociência” foi realizado no salão de eventos do restaurante Vini Figueiras e teve como palestrante o neurocirurgião Yuri Mascarenhas, coordenador dos Serviços de Neurocirurgia do Hospital São Rafael e do Hospital Português. Durante o evento, o especialista apresentou os avanços mais recentes no uso da Estimulação Cerebral Profunda (DBS, na sigla em inglês), tecnologia que vem revolucionando o tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas, com apoio crescente da inteligência artificial (IA). Além da explanação teórica, o neurocirurgião compartilhou casos clínicos, proporcionando aos presentes uma visão prática sobre os desafios e conquistas da área. Yuri Mascarenhas destacou a importância de manter o neurocirurgião atento ao uso da IA durante os tratamentos. “Embora a inteligência artificial otimize a estimulação e traga grande precisão, é essencial que o neurocirurgião acompanhe de perto os resultados. Em alguns casos, o algoritmo pode alterar dados importantes, e somente o olhar clínico é capaz de fazer os ajustes necessários”, alertou. A tecnologia de DBS evoluiu significativamente nos últimos anos, com dispositivos mais precisos, programação personalizada e o uso de microestimuladores que oferecem estimulação mais focada, minimizando impactos em áreas cerebrais indesejadas. A integração com a inteligência artificial permite, por exemplo, que os sistemas façam ajustes automáticos em tempo real, de acordo com a atividade cerebral do paciente. Outro avanço destacado pelo palestrante foi a melhoria na neuroimagem, com recursos como a ressonância magnética funcional (RMf) e a magnetoencefalografia (MEG), que oferecem maior precisão na identificação dos alvos para o posicionamento dos eletrodos. Além disso, os modelos computacionais que incorporam a neuroanatomia individual têm tornado a programação da DBS ainda mais eficaz. “Foi uma oportunidade ímpar de troca de conhecimentos e experiências. Fiquei positivamente surpreso com o entusiasmo dos médicos presentes, que participaram ativamente com perguntas, dúvidas e sugestões. Isso mostra o quanto o tema desperta interesse e tem impacto direto no dia a dia da prática médica”, avaliou Yuri Mascarenhas. A neurologista Daniele Menezes de Amorim, especialista em transtornos do movimento, que integra a equipe do Hospital São Rafael, reforçou a relevância do evento. “Foi um espaço de diálogo muito importante, pois permitiu atualização e conhecimento sobre as inovações tecnológicas da nossa área. Isso nos leva a oferecer um atendimento cada vez melhor aos pacientes, especialmente no consultório. Considero que a IA auxilia na celeridade dos processos de atendimento, quando bem indicada e com critérios rigorosos”, afirmou. A Estimulação Cerebral Profunda está sendo estudada para o tratamento de uma gama crescente de condições, como a doença de Parkinson, Alzheimer, depressão e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). O futuro da neurociência aponta para protocolos de estimulação cada vez mais personalizados, com eletrodos que direcionam a ação para áreas cerebrais específicas, reduzindo efeitos colaterais e ampliando a eficácia. Para os especialistas presentes, a DBS é um exemplo claro de como a neurotecnologia está transformando a medicina. A pesquisa contínua e o aprimoramento das técnicas cirúrgicas prometem ampliar ainda mais o alcance terapêutico dessa abordagem, promovendo qualidade de vida e novas possibilidades para os pacientes.