Bahia realiza primeira implantação do menor marca-passo do mundo

A primeira implantação do menor marca-passo do mundo no Estado da Bahia, e terceira no Norte/Nordeste, foi realizada no Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna. A beneficiada com o dispositivo foi uma paciente, de 79 anos, moradora de Ilhéus, que recebeu o dispositivo um pouquinho maior que uma cápsula de remédio e que pesa 2 gramas, no último dia 14 de julho. O procedimento foi feito pela equipe comandada pelos médicos Gustavo Mendonça Duarte e Carlos Eduardo Duarte (proctor da Medtronic). Ele foi realizado pela primeira vez no Brasil em novembro de 2021. “No geral, a intervenção dura menos de uma hora e 24 horas depois o paciente recebe alta”, explicou o cardiologista Gustavo Duarte. A paciente que recebeu o Micra (nome comercial do dispositivo comercializado pela Medicicor), considerado o menor marca-passo do mundo, teve um câncer na mama direita tratado com quimioterapia e radioterapia, além de um acesso do lado esquerdo (cateter), que, com o passar do tempo, causa a obstrução das veias do tórax, onde desce o fio do marca-passo convencional, conforme explicou o médico Gustavo Duarte. “A paciente tinha um bloqueio atrioventricular, com histórico de desmaios. Por isso precisava de uma resolução rápida”, afirma o profissional. Obstrução das veias O cardiologista relata que, como as veias do tórax estavam todas obstruídas, a opção foi usar as veias da região da virilha para chegar até o coração. Depois, o dispositivo sem fios foi implantado no coração para a estimulação do órgão. “Com isso, resolvemos um problema cardíaco sério que ela enfrentava”. Como o procedimento é menos invasivo e o marca-passo não tem fios, o risco de infecção depois do procedimento é menor. Referência no Brasil, cardiologista no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, o médico Carlos Eduardo já atuou em 34 dos 36 procedimentos realizados no país. Especialista em eletrofisiologia cardíaca, ele afirma que só havia duas opções: a implantação desse dispositivo ou toracotomia, que é uma cirurgia aberta, com cabos por fora. “Evitamos esse tipo de cirurgia, que é de grande porte e com maior risco para essa paciente”, explicou. Indicação do menor marca-passo O menor marca-passo do mundo é indicado para pacientes com estado de saúde considerado crítico, principalmente, com câncer e doenças renais e que, por algum motivo, têm dificuldade de acesso ao marca-passo convencional. O chamado marca-passo tradicional pesa, em média, de 20 a 30 gramas, enquanto o Micra pesa somente 2 gramas. Composto por bateria e eletrodos, conectados ao equipamento por fios finos e maleáveis, o marca-passo convencional é implantado em vasos sanguíneos do corpo de grande calibre para levar os eletrodos até o coração. A bateria e o aparelho ficam instalados entre o músculo do peitoral e a pele do paciente. Já o menor marca-passo do mundo é implantado diretamente no coração para correção de batimento e fica preso por quatro pequenas garras que possui. O Micra é produzido pela empresa Medtronic.
Reunião Científica apresenta as vantagens do tratamento elétrico na Insuficiência Cardíaca

O tratamento elétrico sempre é uma boa notícia e representa mais uma esperança para os pacientes que sofrem com a Insuficiência Cardíaca. Esse foi o tema central da reunião científica promovida pela Elevemed, no dia 13 de julho, no salão de eventos do Restaurante Parrilla, em Ubá (MG). O encontro teve como palestrantes o cardiologista Thiago Schroder, especialista em marcapasso e doutor em Medicina, Tecnologia e Intervenção em cardiologia (USP) e o também conceituado cardiologista Humberto Campos. O principal objetivo do uso domarcapasso para terapia de Ressincronização Cardíaca é reparar a eficiência muscular do coração para assim melhorar a sincronia de contração das células do coração. O dispositivo atua por meio de eletrodos que são cuidadosamente colocados do lado direito e do lado esquerdo do coração e são indicados principalmente para pacientes que apresentam insuficiência cardíaca (coração fraco) e bloqueio do ramo esquerdo. Por emitir impulsos no ventrículo direito e esquerdo, esses dispositivos melhoram o sincronismo de contração do coração e fazem com que o músculo cardíaco trabalhe de forma mais coordenada e tenha melhor rendimento. Segundo o cardiologista Thiago Schroder “o tratamento elétrico da insuficiência cardíaca, aumenta significativamente as chances dos pacientes obterem resultados positivos”, pontuou. O cardiologista intervencionista Ricardo Ghetti, um dos especialistas convidados a participar da reunião, definiu a apresentação “como uma aula esclarecedora, organizada, didática e com um conteúdo teórico-prático muito importante para a atuação cotidiana dos cardiologistas”, opinou.